Olá, você sabe o que uma tripulação deve fazer em emergência?
Quais são os seus deveres?
Hoje falaremos rapidamente como proceder; vamos lá?
EMERGÊNCIA
A principal razão da existência do Comissário de Bordo, é exatamente a de agir com eficiência (rapidez, critério. bom senso, conhecimento, decisão, etc.) em uma possível situação de Emergência.
Existem emergências de diversos níveis, sendo portando difícil classificá-las, porém, sabemos que existem equipamentos que foram criados exclusivamente em função da segurança dos passageiros e tripulantes, e para o uso dos quais devemos estar preparados a qualquer momento, conhecendo seu correto funcionamento, localização a bordo, restrições, etc.
Situações acontecem, nas quais existe a suspeita de uma emergência, seja pela indicação de uma possível pane, seja pela indicação visível de que algo não vai bem, e poderá evoluir para uma emergência. Ao receber o alerta da cabine de comando, os Comissários devem ficar preparados e rememorar todos os procedimentos, para um pouso de emergência, bem como a operação de todas as saídas, e equipamentos de evacuação, se for esse o caso.
O Comissário deverá estar alerta, desde o início do voo, até o final do mesmo, nunca subestimando qualquer probabilidade de emergência. Uma situação de emergência de fato é aquela em que o perigo existe, e é imediato, como por exemplo: fogo a bordo, despressurização, funcionamento inadequado de componentes mecânicos do avião que comprometam as condições de voo, e muitas outras.
Um pouso de emergência só é cogitado em casos extremos, ou seja, quando não houver a menor possibilidade de se alcançar uma infraestrutura aeroportuária, e pelos dados estatísticos disponíveis, pode-se afirmar com toda a segurança, que a possibilidade de um pouso de emergência no mar é bastante remota.
Vários fatores podem determinar a necessidade de um pouso de emergência, dentre estes citaríamos:
– fogo a bordo, incluindo os motores, se os extintores não puderem ser acionados, ou forem insuficientes;
– perda total da força elétrica;
– falta de combustível, inclusive por vazamento;
– perda da potência dos motores, aquém do limite para a aeronave se manter em voo;
– sabotagem.
A decisão final de se efetuar um pouso de emergência, será de responsabilidade do comandante da aeronave.
O sucesso ou insucesso desta operação dependerá de muitos fatores, dentre os quais, das condições meteorológicas, da luminosidade, do estado estrutural da aeronave, estado físico e mental dos tripulantes e principalmente do grau de treinamento da tripulação.
Com relação ao último tópico, existem procedimentos padrões para as diferentes situações, exaustivamente abordados tanto na teoria como através de treinamentos práticos, nos quais
fica evidenciado que o trabalho de equipe é fundamental; mesmo nas situações experimentais, como treinamento de prevenção e combate a incêndio, sobrevivência no mar, etc.; o que deverá nortear nossas ações será sempre o espírito de trabalho em equipe.
DEVERES DA TRIPULAÇÃO
Todos os aviões que transportam passageiros, são equipados com itens que complementam, a segurança.
O preparo dos tripulantes pelas Empresas, visa a utilização desses equipamentos, em situações previstas e imprevistas, quando a segurança for afetada. Faz parte das atribuições do Comissário, o cheque pré-voo de todos esses itens, com relação a existência a bordo, localização, equipamento caso seja necessário, antes do início do vôo. Este cheque é obrigatório, não devendo em hipótese nenhuma ser deixado para depois.
Os equipamentos de emergência estão localizados em locais de fácil acesso e sempre próximos às estações de comissários e saídas da aeronave.
O Comissário deverá estar consciente que as operações de pouso e decolagens são, sem dúvida, as situações que oferecem maior risco, e onde normalmente ocorre grande parte dos acidentes. Assim sendo, sempre que sentarem em suas estações para uma decolagem ou pouso deverão fazê-lo com postura adequada, e cientes da sua importância e responsabilidade. No início do voo, ao assumirem a posição para a decolagem, os comissários deverão estabelecer as atitudes de cada um (quem faz o que) em caso de emergência.
O Briefing deverá ser efetuado pelo Chefe de Equipe junto ao seu grupo, exatamente para direcionar as tarefas de cada um numa possível situação de emergência.
Nesta ocasião, é também oportuno repassar mentalmente todos os procedimentos de emergência, referentes a operação das portas, escorregadeiras, e de evacuação, permanecendo atentos e prontos para entrar em ação(revisão de 30 segundos).
Ao entrar no avião, o Comissário já poderá ir exercitando sua atenção para o aspecto da segurança, observando o estado estrutural das janelas da cabine de passageiros (bolhas, rachaduras, etc…), enquanto caminha para ocupar o seu lugar na aeronave, bem como observar os passageiros para identificar aqueles que numa situação de emergência, poderão se transformar em um problema a mais (grávidas, crianças, deficientes físicos, cegos, bêbados, etc.).
É importante também memorizar onde estão sentados os tripulantes extras, sejam ou não da mesma Empresa, assim como estar atento para a existência a bordo de militares, ou desportistas, pois estas pessoas, devido ao seu preparo ou condicionamento físico, poderão ser de bastante utilidade para no auxiliar, numa situação de emergência.
Antes de cada decolagem ou pouso, é dever dos comissários:
– Checar poltronas (encostos na vertical), verificar se todos estão usando devidamente os cintos de segurança, se o aviso de “proibido fumar” está sendo obedecido, e se as mesas estão fechadas e travadas.
– Galleys: tanto nos pousos e decolagens como durante as turbulências, os materiais soltos deverão estar devidamente acomodados, e os compartimentos fechados e travados.
– As escorregadeiras, deverão estar conectadas, para ficarem, em condições de uso, antes de cada decolagem, bem como ser desconectadas após o pouso e o estacionamento da aeronave.
Existe a obrigatoriedade também de se fazer a demonstração do uso das máscaras de oxigênio para o caso de despressurização na aeronave, além da demonstração das saídas de emergência.
Esta demonstração deverá ser efetuada sempre durante o taxi, antes da decolagem. Em caso de voos que atravessem o oceano, a demonstração para o uso dos coletes salva-vidas e assentos flutuantes, igualmente deverá ser feita. Durante o voo, toda vez que se acenderem os sinais luminosos de usar cintos, os comissários deverão fazer o “speech” informando aos passageiros desta obrigatoriedade, bem como policiar o cumprimento desta norma de segurança.
O Chefe de Equipe e o Comandante deverão ser comunicados de que a cabine, assim como a área de responsabilidade de cada Comissário, estão O.K. para o pouso ou decolagem. Os Comissários deverão também verificar o cumprimento da proibição de fumar nos toaletes das aeronaves.
Quando do embarque de passageiros e acomodação dos mesmos no avião, o Comissário deve estar atento para os seguintes aspectos:
– Crianças, cegos, deficientes, grávidas, obesos, etc., não poderão sentar-se nas fileiras de poltronas das janelas de emergência, para não atrapalharem uma possível evacuação de emergência;
– O número de máscaras de oxigênio é sempre de uma a mais para cada conjunto de poltronas; estar então atentos para que não tomem lugar nos assentos pessoas em quantidade maior que o número de máscaras existentes (casais com filhos);
– A bagagem deverá estar acomodada nos locais adequados, que são os bins;
– Não permitir bagagem solta na cabine, nos corredores, ou entre as poltronas, pois igualmente atrapalharão muito, caso uma evacuação seja necessária;
– Não permitir a colocação de bagagem junto aos painéis de renovação de ar e sobre equipamentos de emergência;
– Por último verificar se as saídas de emergência estão desobstruídas.
Dicas de Inglês Aerotécnico – Vocabulário
Check Valve – Válvula de retenção; válvula colocada em tubos e encaixes para vedar automaticamente a passagem de retorno de um fluído ou gás.
Chemical Fuel – Combustível que depende de oxidante para combustão ou para desenvolver empuxo, tal como combustível sólido oi líquido para foguete, combustível para jato ou combustível para motor de combustão interna; combustível químico; combustível exótico que usa substâncias químicas especiais.
Cherry Rivet – Rebite cego e oco, dotado de talo interno removível; esse talo é desenhado de modo a quebrar no instante em que a quantidade adequada de força for aplicada para dirigir o rebite; após essa operação, o talo é descartado e o rebite pode ou não ser enchido mais tarde.
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