Estudo de caso: Como a comunicação pode Salvar Vidas, nas linhas aéreas, em táxi aéreo ou e em qualquer setor relacionado ao voo.

ACIDENTE EM DRYDEN, CANADA – 10 de Março de 1989”

F-28 Air Ontario - A Comunicação pode Salvar vidas!

F-28 Air Ontario – A Comunicação pode Salvar vidas!

As 12:10 horário do pacífico, no dia 10 d março de 1989, um F-28 da Companhia Canadense Air Ontário se prepara para decolagem no aeroporto de Dryden, em Ontário, Canadá.

O voo era regular com serviço de passageiros para a cidade de Winnipeg no Estado de Manitoba.

O Comandante era George Morwood, um piloto orientado para segurança, com mais de 30 anos de experiência. O seu copiloto era Keith Mills, um piloto jovem, com 10 anos de experiência.

Os tripulantes de cabine a bordo do voo 363 eram: Katherine Say e Sônia Hartwick. Say era uma comissária de bordo com 10 anos de experiência que havia ganho vários elogios de passageiros e da chefia. Hartwick, com 2½ de experiência era considerada uma funcionária exemplar e querida por seus colegas.

Após checarem as turbinas, o voo 363 inicia a decolagem. A aeronave roda, mas tragicamente não consegue voar. Em uma segunda tentativa de rodar, a aeronave mal consegue sair do chão. Ela bate em algumas árvores e acaba cindo num banco de neve a menos de um quilômetro do final da pista.

24 pessoas morreram.

O voo 363 inicia sua jornada em Thunder Bay onde, de acordo com o plano de voo, deveria ter 55 passageiros a bordo; no entanto, depois de todos terem entrado a bordo, notou-se que haviam 10 passageiros a mais.

Estes passageiros embarcaram a bordo no F-28 após seus voos terem sido cancelado. De acordo com os cálculos do copiloto Mills, estes passageiros extras colocariam a aeronave acima de seu peso máximo de pouso em Dryden.

A resposta inicial do Comandante Morwood seria o de evitar um atraso ainda maior e sugeriu desembarcar os passageiros. Mas esta decisão foi contrária a ideia de operações da Air Ontário. O Comandante então decide de acordo com quem chegasse primeiro na aeronave: o caminhão de combustível ou o pessoal de terra.

O caminhão de combustível chega primeiro, portanto o Comandante Morwood pede que eles retirem 3,000lb. De combustível, com a consequência inevitável do atraso e aumento da frustração de tripulantes e passageiros.

Diálogo:

– Sônia: “Quanto tempo mais isto irá demorar?”

– Comandante: “Como se eu soubesse! Quando não é uma coisa, é outra”.

– Sônia: “Não se preocupe. Tudo irá dar certo.”

– Comandante: “ Este pessoal sabe o que está fazendo? Nós deveríamos ter sido avisado a respeito deste passageiros bem antes. Agora estamos atrasados e ….se você quer saber, este pessoal de terra não está fazendo o suficiente para nos ajudar. “

– Copiloto: “Sim. Concordo”

– Sônia: “Não deixe isto nos abater. Vamos sair desta com ou sem atraso. Pense no longo fim de semana que teremos a frente.”

– Comandante: “Sim, Sim, acho que você está certa. Obrigado, Sônia.”

– Sônia: “Não por isso.”

O voo 363 eventualmente decola de Thunder bay as 11:04, com 1 hora e 9 minutos de atraso. O voo pousa sem incidentes em Dryden as 11:30.

Após seu retorno à aeronave, o Comandante Morwood fala com o supervisor geral de Dryden. Morwood queria decolar com 13,000lb.de combustível, portanto a aeronave teve que ser reabastecida com as turbinas ligadas.

Mas neste momento, Morwood observa neve úmida caindo em Dryden. Ele menciona isto para o supervisor de terra e pergunta se o equipamento de de-ice (veja mais ao final do texto em vocabulários aeronáuticos) se encontrava disponível. O supervisor diz que sim mas acha que não é necessário usar.

Tudo parecia normal para decolagem. No entanto, naquele momento cai uma tempestade de neve, deixando o aeroporto inundado com uma neve úmida.

Alguns passageiros começam a perguntar a respeito da neve que se acumula nas asas do F-28.

As 12:02 a torre autoriza o voo 363 a taxiar para a pista 29. O Comandante Morwood achava que, finalmente, ele decolaria.

No entanto, a torre também se encontrava em contato com uma aeronave pequena. Um Cessna 150 que se encontrava em emergência, tentando pousar em Dryden no meio de uma tempestade de neve.

Apesar de sua aeronave estar com os motores ligados e taxiando, o Comandante Morwood teve que esperar que o Cessna pousasse.

Diálogo:

– Comandante: “Bem pessoal, aparentemente uma aeronave está em emergência neste momento. Nós temos que esperar alguns minutos até que ele pouse com segurança, só então poderemos decolar”.

– Comandante: “ Eu espero! Sabe lá quanto tempo teremos que esperar aqui. Terei muita coisa a dizer quando voltarmos. Espere pra ver…”

Se a comunicação houvesse sido melhor nesta ocasião, as comissárias de bordo poderiam ter ido no cockpit para dizer aos pilotos a respeito da neve se acumulando nas asas.

Com isto os pilotos teriam recebido uma informação valiosa. Umas das descobertas durante a investigação do acidente foi uma necessidade urgente de melhorar a coordenação e comunicação entre cockpit e a cabine de passageiros.

Sessões conjuntas de treinamento para se alcançar este objetivo e melhorar a percepção de um papel ser mais importante do que o outro, fizeram parte das recomendações.

A responsabilidade pela segurança da aeronave e passageiros é de todos os membros da tripulação.

O ponto é que no caso do voo 363 os tripulantes estavam agindo exatamente da maneira como eles foram treinados. Não foi encontrado nenhum problema na maneira em que eles executaram suas tarefas. Mas o problema foi o sistema que ditava a maneira em que estas tarefas deveriam ser executadas.

Por trás da história do 363 se encontram todos os tipos de stress causado pela própria filosofia da empresa, que acabou causando uma preocupação desnecessária no Comandante Morwood, no que já era uma situação extremamente estressante.

A compra de uma empresa menor pela Air Ontário, forçou a união de duas filosofias de trabalho totalmente diferentes.

O F-28 havia sido introduzido no sistema há pouco tempo atrás, sendo esta a primeira experiência com aeronaves á jato da companhia. No programa do F-28 estava um piloto com pouca experiência como gerente que se encontrava com uma excessiva carga de trabalho, pois tinha quer o chefe do equipamento, instrutor e checador da companhia.

Enquanto esperavam para que o Cessna pousasse, um passageiro em particular, um piloto da Air Canada, olhava para janela, com algo a mais em sua mente e preocupado com o que via. Ele estava olhando a neve se acumular nas asas do F-28.

O piloto pensou, por um instante, se mandaria ou não uma mensagem para os pilotos da Air Ontário a respeito do que havia visto, mais decidiu não fazê-lo, pois não gostaria de parecer o Sr. Air Canada dizendo como que os pilotos da Air Ontario deveriam conduzir a operação de voo.

Ele, no entanto, não foi a única pessoa se sentindo desconfortável com a situação. A bordo, se encontrava um policial da Plícia Montana do Canada que também notou a neve se acumulando e decidiu fazer uma pergunta.

Dialogo:

– Policial: “Por gentileza. Há bastante neve se acumulando nas asas. Nós irmos passar pelo de-ice antes da decolagem?”

– Kathy Say: “Eu não me preocuparia com isto. Aneve sairá das asas durante a decolagem. De qualquer forma, as asas são equipadas com de-ice automático.”

– Policial: “Sim, mas somente na parte da frente!”

A comissária mostra muito o quão limitado a comunicação era entre os tripulantes.

Em seu testemunho, Sônia Hartwick, o único tripulante que sobreviveu, foi perguntado pela sua interpretação do gesto da comissária Kathy Say.

Ela disse que, em sua opinião, significou algo semelhante a: “Perdão senhor, mais não é nossa responsabilidade decidir isto.”

Portanto, mesmo com o aviso do policial, nenhuma das comissárias de bordo decidiu ir até o cockpit e saber se o Comandante Morwood estava ciente de que a neve estava se acumulando nas asas, ou dizer a ele a respeito da preocupação de um dos passageiros.

– Comandante: “ OK pessoal, a aeronave já pousou e estaremos decolando neste momento.”

As 12 horas e 9 minutos, Mills avisa a torre que o voo 363 está na decolagem, pista 29, Dryden.

As 12 horas e 11 minutos, a aeronave cai em uma floresta, aproximadamente 926 metros do final da pista. A aeronave permanece em chamas por um bom tempo.

F28 - Acidente voo 363

F28 – Acidente voo 363

  • 24 pessoas morreram; 21 tiveram ferimentos graves; outros 24 tiveram ferimentos leves. Ninguém escapou ileso deste acidente.
Acidente voo 363 F28

Acidente voo 363 F28

A Comunicação pode salvar vidas!

A Comunicação pode salvar vidas!

No final de todos os nossos post você também aprende e enriquece seu Vocabulário de Inglês diário e Aeronáutico! Aproveite também nossas dicas!


DICAS de Inglês:

  • No Reino unido (UK = United Kingdom), formado pela Inglaterra, Escócia, País de Gale e Irlando do Norte, usa-se a libra esterlina (£ pound). Pence são os centavos da libra esterlina e é mais coloquial dizer p em lugar de pence: one p, two p, five p, twenty p, fifty p. A moeda de £ 2.00 é menos comum de se encontrar.
  • Nos Estado Unidos, usa-se o dólar (US$ Dollar). Também pode-se usar, de maneira mais coloquial, buck em lugar de dollar (ex: ten bucks). Em dólares, em lugar da vírgula, para a casa dos decimais usa-se o ponto.

* Vocabulary

  • Sweetheart = (lit. doce coração), querida, meu amor
  • think (to) = achar, pensar
  • tonight = hoje à noite
  • umbrella = guarda-chuva
  • until = até

* Inglês Aerotécnico

Deicer – Qualquer líquido ou aparelho mecânico que elimina gelo, após o mesmo ter-se formado na asa de um aeroplano, superfícies de controle, carburador, para-brisas, hélices, etc.

Deicer Boot – Capa ou bota degeladora; cobertura pneumática consistindo de várias camadas de tecido e borracha, a qual é sobreposta e cimentada ao bordo de ataque das superfícies sujeitas a formação de gelo. O propósito é a remoção de formação de gelo fazendo-se inflar periodicamente e progressivamente as células tubulares da bota.

Deicer Fluid – Fluido ou líquido degelador.

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